Humanos Graças a Deus – Jon Menezes

Humanos Graças a Deus

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Endossos

Um dos grandes dilemas que eu vejo na igreja cristã e em especial na brasileira, é a sua aspiração de ser divina quando ela deveria ser humana. A igreja “esquece” que ela é composta de gente – gente que chora, pensa, sofre, ri, ganha, perde, luta, abandona – enfim, gente com dilemas e angústias. A igreja nega esse fato com uma pregação que não toma em conta essa realidade, pois afinal o povo de Deus é um povo que caminha de vitórias em vitórias. Essa é a grande beleza dos textos do amigo Jonathan. Você certamente irá se identificar com suas palavras e pensamentos, pois refletem essa nossa jornada humana em direção ao Reino de Deus. Leia, reflita e considere os desafios propostos nesses ensaios.

Antonio Carlos Barro
(Fundador e professor da Faculdade Teológica Sul Americana)

Em tempos de consumismo, alta velocidade, banda larga e outras formas de aceleração da experiência temporal da vida humana, não é nada fácil escrever um texto teológico sobre a espiritualidade cristã. Em primeiro lugar, por que qualquer coisa que escrevemos fica logo obsoleta pela passagem ultraveloz do tempo. Em segundo, por que qualquer coisa que escrevemos sobre espiritualidade é consumido antropofagicamente e reduzido a um “gostei” ou “não gostei” de leitoras e leitores. Enfim, por que há uma certeza prévia no tocante à incapacidade da teologia se pronunciar sobre um tema tão prático e a-teológico como a espiritualidade. Por isso mesmo, é muito bom que este livro tenha sido escrito e possa ser lido por mais do que apenas a família e o círculo de amizades de seu autor. Este não é um livro para ser descartado assim que chegarmos às suas últimas palavras. Não é auto-ajuda secular disfarçada de espiritualidade cristã. Não é teologia tentando reduzir a espiritualidade ao âmbito da intelectualidade. Ah! Não é também a última palavra sobre o tema. O texto de Jonathan é uma reflexão pessoal e teológica sobre os riscos de ser cristão em nossos dias. É teologia e testemunho simultaneamente. Dá testemunho da possibilidade de caminhar espiritualmente em um mundo totalmente dominado pelo deus-dinheiro. Reflete criticamente sobre os riscos de confundir espiritualidade com auto-grandeza, ou com emocionalismo, ou com doutrinismo. É livro para ser lido e relido. Para ser pensado e discutido. Para ser ruminado. No mínimo, por que nos ajuda a perguntar como ser espiritual sem deixarmos de ser humanos. E esta pergunta é fundamental e indispensável. Se o Espírito de Deus fez do homem-Deus Jesus alguém para quem “nada do que é humano lhe era estranho”, precisamos dEle para que nós, meramente humanos, aprendamos a não estranharmos nada do que nos é próprio enquanto humanidade que caminha na força do Espírito.

Júlio Zabatiero
(Professor da Faculdade Teológica Sul Americana)

Pensador e professor, Jonathan gosta de correr nas horas vagas, corridas de longas distâncias, dessas que é preciso acelerar o passo e dosar o fôlego. Neste livro sobre espiritualidade, ele escreve como corre, ritmo dosado que permite na paisagem conhecida colher o desconhecido. Corre na companhia de muita gente, registrada em livros ou na vida, e nos convida também a correr, no seu ritmo, em busca de nossa humanidade escondida em algum lugar. Porque para ele, espiritualidade é isso, aprender a respirar humanamente no compasso da respiração divina. Sendo assim, sua escrita se move no paradoxo, santo e profano, simbólico e diabólico, humano e divino. Desse modo, se apresenta como escritor transgressor, imagem de Deus, o transgressor maior, o paradoxo ao infinito. Deus que se torna corpo, humano, simplesmente humano.

Marcos Monteiro
(Pastor, teólogo e filósofo. Assessor de pesquisa do Centro de Pesquisa, Estudos e Serviço Cristão)

Em dias de confusão conceitual e principalmente vivencial a respeito do tema do livro que temos em mãos, os escritos de Jonathan Menezes se apresentam como contribuição indispensável na busca por uma espiritualidade sadia, coerente com a realidade de nosso ser e fundamentada nas escrituras. Com profundidade, honestidade e impressionante capacidade de reflexão, o autor traz à discussão, através de seus ensaios, questões que há tempos nos debatemos, exatamente por não nos darmos o direito de sermos humanos ou por negar esse dom divino, substituindo-o por ideais inalcançáveis, alienantes e distantes do chão da vida.

Flavio Henrique de Oliveira
(Professor da Faculdade Teológica Sul Americana)